Angola começou a produzir petróleo no campo petrolífero de Benfica, na Bacia do Cuanza, em 1955.

Quase 70 anos depois, o país tornou-se um dos maiores produtores e exportadores da África, com a produção a atingir o recorde histórico de dois milhões de barris por dia (bpd), em 2010.

No entanto, em 2023, a produção começou a diminuir, pois o declínio nos campos legados está a reduzir de forma contínua a produção nacional.

Em 2023, a média de produção está um pouco acima de um milhão de bpd e, com o objectivo de aumentar significativamente este número, o governo está a convidar empresas de Exploração & Produção (E&P) já com actividade em Angola a expandir a sua presença, enquanto tenta convencer potenciais investidores a envolverem-se neste sector em crescimento.

Com perspectivas pouco exploradas, como a bacia “onshore” do Kwanza e a bacia “offshore” do Namibe em águas profundas, para citar alguns, o país continua altamente atractivo para E&P de fronteira. Além disso o que distingue Angola de outros países produtores de petróleo em África são os benefícios associados ao investimento numa indústria de petróleo já consolidada. 

Infra-estruturas locais

Angola possui um conjunto de infra-estruturas bem estabelecido para apoiar a indústria de petróleo e gás, permitindo que potenciais investidores e empreendedores de novos projectos reduzam custos, bem como o tempo necessário para os desenvolver. A infra-estrutura da indústria existente inclui a refinaria de Luanda, de 60.000 bpd, e a unidade de gás natural liquefeito de Angola, de 5,2 milhões de toneladas por dia, bem como sistemas de oleodutos domésticos que ligam os campos petrolíferos às instalações de processamento.

O governo priorizou a expansão da indústria de “downstream” para melhor apoiar a atividade de E&P e aumentar toda a cadeia de valor de energia. No que concerne à refinação, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás planeia fortalecer a capacidade através da construção de novas instalações e da expansão das fábricas existentes. Um projeto de 237 milhões de dólares está já em andamento para expandir a refinaria de Luanda de modo a que possa produzir 72.000 bpd de combustíveis refinados. O Ministério está também a construir refinaria de 920 milhões de dólares em Cabinda; uma outra refinaria de 100.000 bpd, no Soyo; e uma refinaria de 200.000 bpd, cidade do Lobito. Quanto aos oleodutos, existe já um acordo assinado com a Zâmbia para fazer um oleoduto de 5 biliões de dólares que permitirá aos investidores explorar os mercados regionais aumentando as exportações intra-africanas.

História de participações de multinacionais

Uma longa história de empresas petrolíferas internacionais (IOC) participantes e prestadores de serviços em Angola oferece novas oportunidades de parcerias e colaboração para potenciais investidores e novos protagonistas. Empresas internacionais como Chevron, TotalEnergies, Eni, ExxonMobil, BP e muitas outras, deram grandes passos para expandir o mercado angolano de petróleo e gás através do desenvolvimento e operação de uma série de projectos de grande escala. Existem boas possibilidades para estabelecer parcerias já que os potenciais investidores têm a oportunidade de se conectar com protagonistas experientes através de fusões e aquisições, à medida que as multinacionais se desfazem do petróleo e do gás em busca de desenvolvimentos de energia mais limpa, surgindo assim possibilidades para outros investidores e protagonistas da indústria energética. 

Um parceiro confiável na Companhia Nacional de Petróleo

Tendo sido um grande produtor por várias décadas, a atractividade de Angola como destino de investimento é em grande parte baseada na confiabilidade da empresa nacional de petróleo (NOC) como parceira. Com mais de 40 anos de experiência no sector, a Sonangol possui um profundo conhecimento do mercado, incluindo reservas, infra-estrutura e regulamentação, tornando-se um parceiro valioso para as partes interessadas que desejam operar no país. Com o apoio do governo, a força da Sonangol vem do seu compromisso com as colaborações e da sua experiência como um protagonista no “upstream”.

Políticas regulatórias favoráveis já em vigor

Com o objectivo de aumentar a exploração e a produção o governo tomou medidas para criar um ambiente favorável ao investimento, alavancando sua longa história como produtor e parcerias com multinacionais para introduzir condições favoráveis que incentivam ao surgimento de mais investimentos. Através de uma série de reformas regulatórias, incluindo alterações à Lei dos Hidrocarbonetos e o estabelecimento de um regulador nacional, a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Angola posicionou-se como um destino de eleição dos investidores.

Oportunidades para explorar mercados regionais

Angola está estratégicamente localizada na costa oeste da África Austral, proporcionando fácil acesso não só aos mercados globais, mas também aos mercados regionais com necessidade crescente de energia. Para os financiadores, investir em Angola abrirá novas bases de clientes em toda a região da África Austral, aumentando a geração de receitas através do comércio intra-africano, enquanto que para os promotores de projectos existe a oportunidade de expandir as operações além-fronteiras.